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A startup que está ajudando o rádio a se reinventar

Empresa catarinense aposta em dados, tecnologia e novos modelos de monetização para manter a relevância das emissoras no mercado publicitário

O rádio, uma das mídias mais tradicionais e confiáveis do Brasil, enfrenta um dos maiores desafios de sua história: permanecer relevante em um mundo dominado pelo digital. Com a publicidade migrando para plataformas programáticas e o consumo de conteúdo cada vez mais fragmentado, emissoras de todo o país buscam alternativas para manter sua audiência — e, principalmente, sua sustentabilidade financeira.

É nesse cenário que surge a Loopert, startup fundada em 2022 em Joinville (SC), com uma proposta ousada: transformar o modelo de negócios do rádio brasileiro por meio de tecnologia, dados e inteligência de mercado.

O carro-chefe da empresa é a plataforma Metrics, que permite às emissoras acompanhar em tempo real o comportamento de seus ouvintes digitais — incluindo localização, tempo de escuta, recorrência e tipo de dispositivo. Com essas informações, as rádios podem implementar estratégias de monetização mais assertivas, como anúncios em pre-roll e mid-roll, com entregas mensuráveis e relatórios automatizados.

“O rádio ainda é um meio extremamente poderoso, mas precisava de ferramentas que o conectassem à lógica do digital. Nosso propósito é esse: fortalecer o rádio com inteligência, dados e faturamento”, afirma João Konflanz, CEO da Loopert.

A eficácia da solução já pode ser medida em números, segundo a empresa. A 89FM Joinville, primeira emissora a adotar o Metrics, registrou um aumento de mais de 1000% no faturamento digital em apenas três meses. O novo modelo, baseado na venda de pacotes mínimos de inserções digitais, ampliou o inventário comercial e atraiu anunciantes de pequeno porte — um público antes distante do rádio tradicional.

Hoje, a Loopert atende 110 emissoras em cinco estados e já viabilizou mais de 2 milhões de inserções digitais. Com o rádio ainda alcançando cerca de 80% da população brasileira semanalmente, segundo o Kantar Ibope Media, o potencial de crescimento é significativo.

O desafio da transformação

Apesar da penetração massiva, o rádio representa apenas 4% do bolo publicitário nacional, enquanto o digital já abocanha quase 40%, segundo dados do Cenp-Meios. A digitalização das emissoras, especialmente as de pequeno e médio porte, ainda é um obstáculo — e é justamente aí que a Loopert atua.

“Com mais de seis mil emissoras legalizadas no Brasil, muitas ainda operam com estruturas analógicas. A nossa missão é oferecer uma solução escalável, acessível e que gere valor real para essas operações”, explica Konflanz.

A startup já atraiu investidores estratégicos como Jardel Cardoso (Credipago, Versi, Billor) e Jorge Fernandes, CEO da YoungTech. “A Loopert une uma mídia tradicional a uma lógica moderna de publicidade. É uma disrupção necessária e promissora”, afirma Fernandes.

Com expectativa de dobrar o faturamento até o fim de 2025, a Loopert está se posicionando como um dos principais agentes de transformação do rádio no Brasil — provando que tradição e inovação podem, sim, caminhar juntas. Se isso é possível? O tempo dirá.

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