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O que os resultados de Helbor e JHSF dizem sobre o mercado e sobre estratégias de negócios

Complexo Cidade Jardim, em São Paulo, um dos ícones da JHSF no mercado imobiliário
Duas construtoras, dois modelos de negócio — e um retrato revelador do setor imobiliário e da conjuntura econômica nacional

Em um cenário econômico marcado por juros ainda elevados, inflação sob controle e sinais de retomada gradual do consumo, os resultados financeiros de duas das principais incorporadoras do país — JHSF e Helbor — oferecem pistas valiosas sobre o comportamento do mercado imobiliário e os rumos da economia brasileira em 2025.

Enquanto a JHSF celebra um trimestre de lucros robustos e expansão agressiva em múltiplas frentes, a Helbor aposta na disciplina financeira e na solidez operacional para manter o crescimento sustentável. Juntas, as duas empresas revelam como diferentes estratégias podem prosperar em um ambiente econômico desafiador, mas cheio de oportunidades.


JHSF: luxo, recorrência e expansão internacional

A JHSF, referência em empreendimentos voltados ao público de alta renda, registrou lucro líquido de R$ 245,8 milhões no segundo trimestre de 2025 — um salto de 45,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita bruta cresceu 24,8%, totalizando R$ 544,7 milhões, com destaque para os negócios de renda recorrente, que incluem shoppings, hospitalidade, aeroporto executivo e clubs.

Principais destaques:

  • Renda recorrente: Receita de R$ 337,4 milhões (+24,9%), com 2/3 do EBITDA ajustado vindo desse segmento.
  • Incorporação: Receita de R$ 172 milhões (+21,4%), puxada pelas vendas no Complexo Boa Vista.
  • Shoppings: Vendas consolidadas de R$ 1,2 bilhão (+17%), com destaque para o Shopping Cidade Jardim (+26,9%).
  • Aeroporto Executivo: Receita de R$ 69,9 milhões (+49,8%), com recordes operacionais.
  • Residences e Clubs: Receita de R$ 40,2 milhões (+104,5%), com 90% de ocupação contratada.
  • Asset Management: R$ 2,7 bilhões sob gestão, com expansão do cartão exclusivo JHSF.

“Este é o sétimo trimestre consecutivo com crescimento operacional acima de dois dígitos”, afirma Augusto Martins, CEO da JHSF.

A empresa também anunciou novos lançamentos em shoppings, clubs e hotéis internacionais, consolidando sua estratégia de diversificação e internacionalização.


Helbor: disciplina, solidez e foco em São Paulo

A Helbor, por sua vez, registrou R$ 1,085 bilhão em vendas brutas totais no primeiro semestre de 2025, crescimento de 11,3% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro líquido foi de R$ 55,9 milhões no semestre, com destaque para a redução da alavancagem e o foco em projetos com participação majoritária.

Principais destaques:

  • Lançamentos: Quatro empreendimentos, com VGV líquido de R$ 703,5 milhões (51% parte Helbor).
  • Entregas: Cinco empreendimentos entregues, somando R$ 996,4 milhões em VGV líquido.
  • Landbank: Potencial de R$ 11,5 bilhões em VGV bruto, com 70% de participação Helbor.
  • Repasses: R$ 900,6 milhões no semestre (+20,7%).
  • Dívida líquida: 54,3% do patrimônio líquido, com redução de 1,5 p.p. desde dezembro.

“Seguimos atentos às oportunidades do mercado e comprometidos em gerar valor com responsabilidade”, afirma Roberval Toffoli, CFO da Helbor.

A estratégia da empresa se concentra em lançamentos bem posicionados, como o BRK by Helbor, e em desinvestimentos em regiões fora do foco estratégico.


O que os números revelam sobre a economia brasileira?

A performance das duas incorporadoras reflete nuances importantes da conjuntura econômica:

Indicador EconômicoReflexo na JHSFReflexo na Helbor
Juros altosMenor impacto no segmento de luxoPressão sobre crédito e demanda popular
Inflação controladaFavorece expansão de serviços premiumAjuda na manutenção de margens
Confiança do consumidorAlta renda mantém consumo aquecidoClasse média exige cautela e foco
Acesso a créditoViável via produtos exclusivos e gestãoExige disciplina e desalavancagem
Expansão urbanaProjetos em áreas nobres e internacionaisFoco em São Paulo e regiões estratégicas

Os resultados de JHSF e Helbor mostram que o mercado imobiliário brasileiro em 2025 é resiliente, mas exige estratégias bem definidas. Enquanto a JHSF aposta na sofisticação e na recorrência para crescer com rentabilidade, a Helbor se destaca pela gestão responsável e pelo foco em liquidez e solidez.

Ambas, cada uma a seu modo, ajudam a desenhar o retrato de uma economia que busca equilíbrio entre expansão e estabilidade — e que encontra no setor imobiliário um dos seus principais termômetros.

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