A multinacional americana Itafos, especializada em fertilizantes fosfatados, vive um momento de forte crescimento no Brasil e no exterior. No primeiro semestre de 2025, a operação brasileira dobrou sua receita em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando R$ 100 milhões. A empresa projeta agora um investimento de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões) no Projeto Santana, em São Félix do Xingu (PA), que inclui uma mina de fosfato de alto teor com capacidade superior a 70 milhões de toneladas.
Expansão internacional e resultados globais
Fora do Brasil, a Itafos mantém operações estratégicas nos Estados Unidos, Canadá e América Central, com destaque para suas unidades em Idaho e Conda (EUA), onde a produção de fosfato monoamônico (MAP) e ácido fosfórico abastece mercados agrícolas e industriais. Em 2025, a companhia registrou US$ 262,5 milhões em receita global e US$ 71 milhões em Ebitda, com desempenho operacional considerado excepcional pela diretoria.
A empresa também concluiu a venda do projeto Araxá, em Minas Gerais, como parte de sua estratégia de focar em ativos com maior retorno e sinergia operacional. Além disso, passou a integrar o índice OTCQX® Best Market, reforçando sua posição entre as companhias de capital aberto com melhor governança e desempenho.
Brasil: foco no Arco Norte e retomada da planta de Arraias
No Brasil, a unidade de Arraias (TO) é o coração da operação, com capacidade para produzir 500 mil toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de ácido sulfúrico. Entre janeiro e junho, foram comercializadas 70 mil toneladas de ácido sulfúrico e 40 mil toneladas de fertilizantes secos, superando metas e garantindo margens elevadas.
Segundo Felipe Coutas, presidente da Itafos no Brasil, o terceiro trimestre deve ser ainda mais expressivo: “É nesse período que o pico das entregas acontece no Arco Norte. Estamos preparados para números robustos”, afirma.
Mercado brasileiro de fertilizantes: demanda aquecida e foco em fosfatados
O mercado de fertilizantes no Brasil segue aquecido. De janeiro a julho de 2025, as entregas cresceram 10,7% em relação ao mesmo período de 2024, somando mais de 5 milhões de toneladas. A demanda por fosfatados e ácido sulfúrico, especialmente no cerrado e nas novas fronteiras agrícolas, tem impulsionado investimentos e inovação.
A Itafos se destaca com produtos premium voltados para culturas como soja, milho, cana-de-açúcar e pastagens. A empresa aposta em soluções integradas para o agronegócio, com foco em sustentabilidade, logística eficiente e estabilidade no fornecimento. “O Brasil ainda depende fortemente da importação de fertilizantes, o que nos torna vulneráveis à oscilação cambial e às condições globais. Por isso, investir em produção local é estratégico”, explica Coutas.
Até 2027, a Itafos pretende consolidar sua presença no Brasil com três prioridades: retomar operações locais, investir com recursos próprios e abrir novas frentes de crescimento. O Projeto Santana será o marco dessa nova fase, reforçando o papel da empresa como uma das principais fornecedoras de fertilizantes fosfatados da América Latina.