A Air Canada anunciou nesta terça-feira um acordo provisório com os cerca de 10 mil comissários de bordo representados pelo sindicato Canadian Union of Public Employees (CUPE), em uma tentativa de encerrar a greve que paralisou operações da companhia desde o último sábado. O acordo inclui uma proposta de aumento salarial, mas ainda precisa ser aprovado pelos membros do sindicato, que não sinalizaram se estão satisfeitos com os termos.
A paralisação, iniciada após meses de negociações frustradas, afetou aproximadamente 130 mil passageiros por dia e levou ao cancelamento de centenas de voos domésticos e internacionais. A greve ocorreu em plena alta temporada de viagens, gerando impacto significativo na logística aérea e na economia canadense.
“Esse acordo é um passo importante, mas ainda dependemos da aprovação dos trabalhadores para retomar a normalidade”, afirmou Michael Rousseau, CEO da Air Canada.
Pressão por reajuste e melhores condições
O principal ponto de impasse nas negociações foi a remuneração dos comissários, especialmente em relação ao tempo não remunerado durante o embarque e entre voos. A proposta da Air Canada inclui um aumento de 38% nos salários ao longo de quatro anos, mas o sindicato argumenta que o reajuste não acompanha a inflação e não resolve questões estruturais da jornada de trabalho.
A conclusão do acordo provisório entre a Air Canada e seus comissários de bordo representa um momento crítico para a companhia e para o setor aéreo canadense. Embora ainda dependa da aprovação dos sindicalistas, o avanço nas negociações sinaliza uma tentativa de reconciliação entre as demandas trabalhistas e a sustentabilidade operacional da empresa.
Para a Air Canada, que transporta mais de 130 mil passageiros por dia e é responsável por uma fatia significativa da conectividade nacional e internacional do país, a retomada plena das operações é urgente — não apenas para recuperar receita, mas para restaurar a confiança de clientes e parceiros.
A forma como a companhia conduzirá os próximos passos, especialmente em relação à comunicação com os trabalhadores e à implementação dos termos acordados, será determinante para evitar novas rupturas e consolidar um ambiente mais estável.
Em um setor onde a experiência do cliente está diretamente ligada à qualidade do serviço prestado por equipes de bordo, valorizar esses profissionais é mais do que uma questão contratual — é uma estratégia de longo prazo. Se a Air Canada conseguir transformar esse impasse em uma oportunidade de fortalecimento institucional, poderá sair da crise com uma imagem renovada e uma operação mais resiliente.