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Brincadeira de gente grande, máquinas de pelúcia ganham espaço e atraem investidores

Estação de lazer da empresa BR Machine em shopping. Empresas do setor apostam que o modelo é atrativo para investidores.
Com presença crescente em shoppings e supermercados, gruas de captura de bichinhos se consolidam como alternativa de renda e estratégia de engajamento no comércio físico

As tradicionais máquinas de pelúcia, populares nos anos 1990, voltaram ao cenário nacional com força renovada — e agora com um papel estratégico no varejo. Longe de serem apenas um passatempo nostálgico, as chamadas “gruas de captura” se transformaram em um modelo de negócio que combina entretenimento, fluxo de clientes e geração de receita.

Presentes em supermercados, postos de gasolina, lojas de bairro e, principalmente, shopping centers, os equipamentos passaram a ocupar espaços dedicados, com ambientações temáticas e dezenas de máquinas operadas por empresas especializadas. A BR Machine, uma das líderes do setor, atua em 90% do território nacional, com mais de 2.500 máquinas distribuídas em 250 shoppings e redes de varejo.

Experiência interativa e retorno comercial

A empresa criou as chamadas Estações BR Machine, ambientes exclusivos com identidade visual própria e foco total nas gruas. Já presentes em estados como São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco e Rio de Janeiro, esses espaços têm se mostrado eficazes em prolongar o tempo de permanência dos clientes, aumentar o consumo em lojas vizinhas e gerar engajamento familiar.

“Identificamos essa oportunidade em 2015, resgatamos o segmento e investimos em equipamentos modernos, pelúcias certificadas e design atrativo. Hoje, temos públicos de todas as idades, de crianças a colecionadores adultos”, afirma Élvis Rovaris, gestor administrativo da BR Machine.

Modelo de negócio e oportunidades de investimento

O mercado das gruas de pelúcia também se consolidou como alternativa de renda adicional para pequenos comerciantes. Os modelos de operação variam entre locação de espaço para empresas especializadas e aquisição direta dos equipamentos. Os investimentos partem de R$ 10 mil e podem ultrapassar R$ 100 mil, dependendo do porte e da variedade de operações.

O valor de cada tentativa varia entre R$ 1,00 e R$ 10,00, influenciado pela qualidade das pelúcias — principal atrativo do segmento. A BR Machine aposta em diferenciação, oferecendo bichinhos temáticos e modelos icônicos, como a Sunshine Crane, uma grua retrô em formato de Kombi azul com até oito garras simultâneas.

Comunidades, colecionadores e apelo emocional

Além do aspecto comercial, o fenômeno das gruas também mobiliza comunidades online e colecionadores. Um dos nomes mais conhecidos é Mudika, jogador assíduo que compartilha técnicas e experiências com seus seguidores. Com uma coleção de 458 pelúcias, ele reforça o apelo emocional e a nostalgia que envolvem o segmento.

“Comecei a caçar pelúcias quando era criança. Minha mãe me levou a um shopping cheio dessas máquinas, onde capturei meu primeiro bichinho, um coelho azul”, relembra Mudika.

Análise: varejo como palco de experiências

A ascensão das gruas de pelúcia reflete uma tendência mais ampla no varejo: a busca por experiências interativas e instagramáveis. Em um cenário de competição acirrada, oferecer momentos únicos tornou-se um diferencial estratégico. As gruas entregam exatamente isso — desafio, recompensa e emoção — com potencial de fidelização e retorno financeiro.

Mais do que uma moda passageira, o modelo se consolida como uma solução criativa para atrair público, gerar receita e fortalecer o posicionamento de marcas e espaços comerciais. Para investidores e gestores do varejo, trata-se de uma oportunidade que une entretenimento e estratégia.

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