Com o ambiente político no Brasil de persistente instabilidade institucional, cresce a responsabilidade das empresas em proteger os valores democráticos. E mais do que uma postura ética, apoiar a democracia tornou-se uma estratégia de sustentabilidade empresarial.
Estudos do Aspen Institute e da Universidade de St. Gallen mostram que líderes corporativos não apenas podem, mas também devem se posicionar em defesa da democracia — e há caminhos concretos para isso.
Democracia e negócios: uma relação de interdependência
O envolvimento das empresas na defesa da democracia se torna importante à medida que a confiança nas instituições democráticas é um dos pilares da estabilidade econômica.
O respeito ao Estado de Direito, à transparência eleitoral e à liberdade de expressão garante previsibilidade regulatória, segurança jurídica e ambiente propício ao investimento. CEOs e executivos que compreendem essa conexão sabem que a saúde dos negócios depende da saúde da sociedade.
“Ficar em silêncio não é mais uma opção. A confiança nas eleições e no funcionamento do governo é essencial para a estabilidade dos negócios”, afirma Judy Samuelson, diretora do Aspen Institute.
O papel dos líderes empresariais
Empresas podem apoiar a democracia de forma prática e não partidária. Algumas ações incluem:
- Garantir tempo livre para que funcionários participem das eleições;
- Promover ambientes de trabalho abertos ao diálogo e à diversidade de ideias;
- Revisar e tornar transparente o financiamento político corporativo;
- Apoiar iniciativas de educação cívica e participação comunitária.
Marcas conhecidas, como Levi Strauss, PayPal e Old Navy já adotaram políticas que incentivam o voto e a participação democrática, como o programa “Time to Vote” nos Estados Unidos.
Democracia começa no ambiente de trabalho
Segundo os pesquisadores Antoinette Weibel e Thomas Beschorner, da Universidade de St. Gallen, o local de trabalho é um espaço central de formação cívica. Empresas que promovem estruturas participativas, remuneração justa e respeito à diversidade contribuem diretamente para o fortalecimento da democracia.
“A forma como o trabalho é organizado molda atitudes e comportamentos. Ambientes democráticos no trabalho ajudam a desenvolver habilidades cívicas e senso de pertencimento”, destacam os autores.
Além disso, o engajamento dos funcionários em causas sociais e políticas está diretamente ligado à motivação, retenção de talentos e reputação institucional. Ignorar essas demandas pode gerar desengajamento, rotatividade e até boicotes.
Da retórica à ação: o desafio do “walk the talk”
Embora muitas empresas façam declarações públicas em defesa da democracia, ainda há um abismo entre discurso e prática. Para que o apoio seja efetivo, é preciso ir além das campanhas de marketing e implementar políticas internas que reflitam os valores democráticos — como transparência, inclusão, equidade e participação.
“A democracia não se sustenta apenas com palavras. É preciso ação concreta, especialmente diante de tendências autoritárias e extremistas”, alerta Weibel.
Empresas como guardiãs da democracia
Empresários têm uma plataforma poderosa e uma audiência fiel — seus colaboradores, clientes e investidores. Usar essa influência para proteger a democracia é não apenas um dever cívico, mas uma escolha estratégica.
Em tempos de incerteza, empresas que se posicionam com coragem e coerência tornam-se referências de confiança e estabilidade.Para saber detalhes da votação no STF sobre o atentado ao Estado Democrático no Brasil e tentativa de golpe de Estado votado e concluído nesta semana, visite: https://portal.stf.jus.br/
A GZM esclarece que optou por utilizar apenas fontes e estudos internacionais e reconhecidos como relevantes para usar o distanciamento desses agentes dos fatos em curso no Brasil como maior garantia de isenção das declarações.
A GZM declara que respeita, celebra e apoia a produção acadêmica brasileira.
A GZM declara que apoia a democracia. Integralmente.
