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Como empresários podem suportar a democracia?

Representantes das empresas americanas de tecnologia na posse presidencial dos EUA, em 2025. Acusação de proximidade com novo governo baseada em interesses apenas particulares foi alvo de críticas dos usuários
Lideranças corporativas têm papel decisivo na defesa das instituições democráticas e na promoção de ambientes de trabalho participativos e inclusivos

Com o ambiente político no Brasil de persistente instabilidade institucional, cresce a responsabilidade das empresas em proteger os valores democráticos. E mais do que uma postura ética, apoiar a democracia tornou-se uma estratégia de sustentabilidade empresarial. 

Estudos do Aspen Institute e da Universidade de St. Gallen mostram que líderes corporativos não apenas podem, mas também devem se posicionar em defesa da democracia — e há caminhos concretos para isso.


Democracia e negócios: uma relação de interdependência

O envolvimento das empresas na defesa da democracia se torna importante à medida que a confiança nas instituições democráticas é um dos pilares da estabilidade econômica. 

O respeito ao Estado de Direito, à transparência eleitoral e à liberdade de expressão garante previsibilidade regulatória, segurança jurídica e ambiente propício ao investimento. CEOs e executivos que compreendem essa conexão sabem que a saúde dos negócios depende da saúde da sociedade.

“Ficar em silêncio não é mais uma opção. A confiança nas eleições e no funcionamento do governo é essencial para a estabilidade dos negócios”, afirma Judy Samuelson, diretora do Aspen Institute.


O papel dos líderes empresariais

Empresas podem apoiar a democracia de forma prática e não partidária. Algumas ações incluem:

      • Garantir tempo livre para que funcionários participem das eleições;

      • Promover ambientes de trabalho abertos ao diálogo e à diversidade de ideias;

      • Revisar e tornar transparente o financiamento político corporativo;

      • Apoiar iniciativas de educação cívica e participação comunitária.

    Marcas conhecidas, como Levi Strauss, PayPal e Old Navy já adotaram políticas que incentivam o voto e a participação democrática, como o programa “Time to Vote” nos Estados Unidos.

     

    Democracia começa no ambiente de trabalho

    Segundo os pesquisadores Antoinette Weibel e Thomas Beschorner, da Universidade de St. Gallen, o local de trabalho é um espaço central de formação cívica. Empresas que promovem estruturas participativas, remuneração justa e respeito à diversidade contribuem diretamente para o fortalecimento da democracia.

    “A forma como o trabalho é organizado molda atitudes e comportamentos. Ambientes democráticos no trabalho ajudam a desenvolver habilidades cívicas e senso de pertencimento”, destacam os autores.

    Além disso, o engajamento dos funcionários em causas sociais e políticas está diretamente ligado à motivação, retenção de talentos e reputação institucional. Ignorar essas demandas pode gerar desengajamento, rotatividade e até boicotes.


    Da retórica à ação: o desafio do “walk the talk”

    Embora muitas empresas façam declarações públicas em defesa da democracia, ainda há um abismo entre discurso e prática. Para que o apoio seja efetivo, é preciso ir além das campanhas de marketing e implementar políticas internas que reflitam os valores democráticos — como transparência, inclusão, equidade e participação.

    “A democracia não se sustenta apenas com palavras. É preciso ação concreta, especialmente diante de tendências autoritárias e extremistas”, alerta Weibel.


    Empresas como guardiãs da democracia

    Empresários têm uma plataforma poderosa e uma audiência fiel — seus colaboradores, clientes e investidores. Usar essa influência para proteger a democracia é não apenas um dever cívico, mas uma escolha estratégica. 

    Em tempos de incerteza, empresas que se posicionam com coragem e coerência tornam-se referências de confiança e estabilidade.Para saber detalhes da votação no STF sobre o atentado ao Estado Democrático no Brasil e tentativa de golpe de Estado votado e concluído nesta semana, visite: https://portal.stf.jus.br/

    A GZM esclarece que optou por utilizar apenas fontes e estudos internacionais e reconhecidos como relevantes para usar o distanciamento desses agentes dos fatos em curso no Brasil como maior garantia de isenção das declarações.

    A GZM declara que respeita, celebra e apoia a produção acadêmica brasileira.

    A GZM declara que apoia a democracia. Integralmente.

    Judy Samuelson, diretora do Aspen Institute: “Ficar em silêncio não é mais uma opção. A confiança nas eleições e no funcionamento do governo é essencial para a estabilidade dos negócios”.

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