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CS Infra vence concessão de Ponte Binacional e marca início de expansão internacional

Imagem da Ponte da Integração ao pôr do sol. Projeto será a estreia da CS Infra no mercado internacional.
Plataforma de concessões da SIMPAR assume a operação da Ponte São Borja-Santo Tomé, que conecta Brasil e Argentina, em um contrato de 25 anos e investimento de R$ 171 milhões

A CS Infra, braço de gestão de concessões do Grupo Simpar, conquistou sua primeira operação internacional ao vencer o leilão para a concessão da Ponte Internacional São Borja – Santo Tomé. O contrato, com duração de 25 anos, estabelece a gestão de um ativo estratégico que reforça a integração logística e o comércio exterior entre Brasil e Argentina.

A vitória da CS Infra ocorreu após a oferta inicialmente classificada não atender aos critérios do edital, permitindo que a empresa fosse declarada vencedora por cumprir a totalidade dos requisitos técnicos e econômicos definidos pela Comissão Mista Argentino-Brasileira (COMAB). A concessão marca um novo ciclo de expansão da companhia, que agora entra no segmento de infraestrutura binacional alfandegada.

O contrato prevê investimentos de R$ 171 milhões (US$ 31 milhões) na ponte rodoviária sobre o Rio Uruguai e em seus acessos, além do Centro Unificado de Fronteiras (CUF), um espaço que concentra os processos aduaneiros, migratórios e sanitários. Do total, US$ 21 milhões serão investidos nos primeiros seis anos.

Segundo Fernando Quintas, CEO da CS Infra, o projeto é um marco para a companhia. “Representa o início de um novo ciclo de crescimento, com expansão internacional. Mais do que um ativo logístico, é um ponto estratégico de integração entre o Brasil e o Mercosul, com enorme potencial de eficiência para o comércio exterior”, afirmou Quintas.

O modelo operacional da concessão envolve 14 km de rodovias, incluindo a ponte e os acessos em ambos os países. A CS Infra será responsável pela infraestrutura física e de apoio aos órgãos de fiscalização no CUF, além dos serviços de controle e circulação de cargas e pessoas. 

A empresa prevê que a receita da operação virá da cobrança de pedágio e tarifas de serviços, com a possibilidade de receitas acessórias, como a instalação de free shops e postos de combustível. A operação da ponte e seus acessos exigirá a atuação de uma equipe técnica multidisciplinar de mais de 180 colaboradores, composta por profissionais brasileiros e argentinos. 

A empresa enfrentará o desafio de operar sob os marcos legais distintos dos dois países, tanto na área tributária quanto trabalhista, para o qual já contratou escritórios especializados para garantir a conformidade legal e a eficiência fiscal.


Importância estratégica

A Ponte da Integração desempenha um papel crucial na conexão entre Brasil e Argentina. Com 1,4 mil metros de extensão e 14 km de acessos, a ponte foi inaugurada em 1997 e facilita o trânsito sobre o Rio Uruguai entre as cidades de São Borja e Santo Tomé.

A sua importância vai além da travessia física, pois ela é um elo vital para o comércio regional. A ponte é responsável por movimentar 20,1% do total do comércio entre os dois países. Esse percentual inclui 27,5% das exportações e 12,6% das importações na balança comercial bilateral. Além disso, a Ponte da Integração tem um papel estratégico na logística com outros países, sendo responsável por 39,98% do comércio entre Brasil e Chile.


Integração logística: uma prioridade estratégica para o Mercosul

A concessão vencida pela CS Infra ocorre em um contexto de discussões crescentes sobre a integração logística entre o Brasil, a Argentina e outros países do Mercosul. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) tem liderado delegações brasileiras em reuniões para debater propostas para a melhoria na regulação e fiscalização do transporte internacional de cargas. 

Entre os temas em pauta, destacam-se a redução da burocracia, a harmonização de normas e a padronização de configurações veiculares, como o uso de veículos de 23 metros.

O Ministro dos Transportes do Brasil, Renan Filho, propôs a criação de um plano para integrar a logística sul-americana, com o objetivo de fortalecer o comércio, aumentar a competitividade e facilitar a mobilidade de pessoas. A proposta foi bem recebida por autoridades como o Ministro dos Transportes da Argentina, Diego Giuliano

O Brasil também participa de fóruns e iniciativas como o Mercosul Export 2025 e a Rota Bioceânica, que busca a conectividade por meio de corredores rodoviários, hidrovias e ferrovias. Esses projetos demonstram que a integração regional não é apenas um ideal político, mas uma necessidade econômica estratégica para o desenvolvimento de todos os países envolvidos.

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