A ENGIE Brasil Energia anunciou um marco tecnológico para o setor elétrico nacional: o desenvolvimento do Transformador Eletrônico de Corrente Óptica (TECO), uma inovação que promete acelerar a digitalização das subestações de energia no país. O equipamento foi criado em parceria com as empresas Poweropticks e AQTech, por meio de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), iniciado em 2015. Com mais de R$ 15 milhões investidos pela ENGIE até o momento, o TECO já passou por testes de campo e está pronto para ser comercializado.
Tecnologia nacional com impacto global
O TECO é o único modelo do gênero disponível para comercialização na América Latina. Segundo Jurandir Oliveira, engenheiro eletricista e coordenador do projeto na Poweropticks, “trata-se de um produto realmente disruptivo. Outros projetos semelhantes ainda estão em etapas de execução por empresas da China, da Itália e da Espanha”.
O equipamento substitui os tradicionais fios de cobre por fibra óptica e elimina o uso de óleo isolante, o que reduz significativamente os riscos de explosão e falhas operacionais. “O sistema revoluciona a medição de corrente em sistemas de energia ao oferecer um nível superior de confiabilidade e segurança”, explica Luciano Freitas, gerente do projeto e engenheiro de manutenção de ativos de sistemas da ENGIE Brasil Energia.
Além de ser mais preciso e seguro, o TECO é também mais compacto e leve — pesando até 10 vezes menos que os modelos convencionais. Essa característica reduz os custos com estruturas civis e logística de instalação, além de otimizar o espaço físico nas subestações. “A sua eficiência construtiva e operacional o posiciona como a solução ideal para a modernização e o futuro do setor elétrico”, afirma Carlos Dutra, engenheiro de automação e gestor de desenvolvimento de produtos da Poweropticks.
O transformador pode ser utilizado em linhas com tensões de até 550kV e já está em operação real desde 2017. A conclusão oficial do projeto está prevista para fevereiro de 2027, mas o produto já está plenamente habilitado para implantação em escala comercial.
Inovação com sustentabilidade
Para a ENGIE, o TECO representa mais do que um avanço técnico — “é também uma conquista estratégica em sustentabilidade”. “Essa é uma solução mais moderna, sustentável e de tecnologia nacional. Além de já utilizarmos o TECO em nossos próprios ativos, a sua comercialização garantirá royalties que serão reinvestidos em novos projetos de inovação, fortalecendo a cadeia de valor do setor elétrico”, destaca Mario Wilson Cusatis, gerente de Gestão da Performance e Inovação da ENGIE Brasil Energia.
A iniciativa, segundo a empresa, reforça o compromisso da ENGIE com a transformação digital e a sustentabilidade no setor energético, posicionando o Brasil como protagonista em soluções tecnológicas de ponta.