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Entre sonhos e realizações. O que construímos juntos?

Paola Bleicker é Diretora Executiva do Idesam

Estamos no ano 21, mas olhar para trás e ver tudo o que construímos juntos é emocionante. Quando o Idesam nasceu, talvez fosse difícil imaginar a real dimensão do impacto que teria. Mas, desde o início, havia algo muito forte que nos guiava: a motivação de que era possível desenvolver soluções para um mundo mais justo, equilibrado e sustentável – e que isso precisava começar por aqui, na Amazônia. E começou.

Seguimos crescendo como instituição. Fortalecemos processos internos, investimos em pessoas, em redes de colaboração, em inovação e em transparência. Projetos importantes ganharam novos saltos, trazendo resultados concretos e inspiradores para as comunidades, para a floresta e para a sociedade civil. 

No Idesam, entendemos que eficiência e participação se complementam. Nossos processos de tomada de decisão e gestão de projetos buscam ser ágeis e baseados em resultados, mas sempre respeitando o diálogo coletivo. Ouvimos nossas equipes, parceiros e comunidades para que cada iniciativa reflita a realidade do território. Isto é a nossa Teoria da Mudança para o desenvolvimento institucional. Acreditamos que a participação fortalece a legitimidade e, no longo prazo, é justamente o que garante resultados mais sólidos e transformadores.

Temos buscado diversificar nossas fontes de receita, combinando projetos com financiadores tradicionais com iniciativas de impacto econômico que geram valor para as comunidades e sustentabilidade institucional. Exemplos são os negócios socioambientais que incubamos, os fundos de investimento que ajudamos a estruturar e as parcerias de longo prazo que estabelecemos com o setor privado. Tudo isso sempre alinhado à nossa missão: garantir que cada recurso captado ou gerado esteja a serviço da floresta em pé e da melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas.

E os números comprovam isso. Em 2024, ampliamos em 3.290 o número de famílias atuando junto ao Idesam. Mais de 4 milhões de hectares foram mantidos sob conservação, 1 milhão de hectares destinados à restauração por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs), 46 cadeias de valor foram impactadas e 44 negócios sustentáveis receberam apoio direto. No total, mais de R$ 8 milhões foram gerados em comercialização.

O fortalecimento institucional vai além da gestão administrativa, envolvendo também identidade, legitimidade e relações com a sociedade. A legitimidade do Idesam nasce da relação de confiança construída ao longo de 20 anos com as comunidades amazônicas. Mais do que implementar projetos, estamos presentes no território, ouvindo e aprendendo com quem vive a floresta no dia a dia.

Esse vínculo se soma à nossa atuação em redes nacionais e internacionais, onde buscamos representar as vozes da Amazônia em diálogos mais amplos sobre clima, biodiversidade e desenvolvimento sustentável. É essa ponte entre o local e o global, entre a base comunitária e as grandes agendas políticas, que dá consistência e legitimidade ao nosso trabalho.

Quando olhamos para os próximos dez anos, percebemos que os desafios e as oportunidades caminham lado a lado. Há aspectos que exigem atenção – como as mudanças no ambiente regulatório e a necessidade de diversificar fontes de recursos – mas também vemos um campo fértil de possibilidades.

De um lado, a Amazônia nunca esteve tão em evidência no cenário global, o que abre espaço para novas parcerias, recursos e colaborações estratégicas. De outro, observamos um fortalecimento das redes e articulações locais, que estão cada vez mais maduras e inovadoras na construção de soluções.

Acredito que, ao consolidar instituições sólidas, transparentes e enraizadas na realidade amazônica, as OSCIPs têm diante de si a chance não apenas de enfrentar os desafios, mas de assumir um papel de liderança na transformação socioambiental da região.

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