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EUA e China retomam negociações comerciais com prazo de trégua tarifária e TikTok na pauta

Reunião liderada por Scott Bessent e He Lifeng ocorre em meio à desaceleração econômica chinesa e novas tensões sobre chips e segurança digital

Nesta terça-feira, autoridades dos Estados Unidos e da China se reúnem pelo segundo dia consecutivo para avançar nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O encontro é liderado pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e pelo vice-premiê chinês, He Lifeng, com foco em uma possível trégua tarifária até novembro e na delicada questão envolvendo o aplicativo TikTok.

O clima é de tensão. No fim de semana, Pequim anunciou a abertura de uma investigação contra os EUA por suposto dumping de chips, ampliando o leque de disputas que já inclui tarifas bilionárias, restrições tecnológicas e acusações mútuas de práticas comerciais desleais.

Breve histórico da disputa comercial: As relações comerciais entre EUA e China têm sido marcadas por ciclos de aproximação e confronto. A guerra comercial ganhou força em 2018, quando o então presidente Donald Trump impôs tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses, alegando roubo de propriedade intelectual e práticas desleais. A China respondeu com tarifas próprias, atingindo setores como agricultura e tecnologia.

Em 2020, um acordo parcial — conhecido como “Fase Um” — trouxe alívio temporário, mas não resolveu questões estruturais. Em 2025, com Trump novamente na presidência, a escalada voltou: tarifas de até 245% foram aplicadas sobre produtos chineses, enquanto Pequim retaliou com taxas de até 125% e ameaças de restrição a metais raros essenciais para a indústria americana.

As negociações atuais são a quinta rodada em menos de cinco meses, com encontros anteriores realizados em Genebra, Londres, Estocolmo e Madri. A pauta mais sensível tem sido o futuro do TikTok, que enfrenta pressão para se desvincular da controladora chinesa ByteDance sob risco de banimento nos EUA.

China enfrenta desaceleração econômica: Enquanto negocia, Pequim lida com uma economia em desaceleração. Dados divulgados hoje mostram queda nas vendas do varejo e no ritmo da produção industrial — o mais lento em um ano. O mercado imobiliário também segue em retração. Apesar disso, o índice CSI 300 da bolsa chinesa registrou alta, sinalizando que investidores ainda confiam em estímulos futuros.

Reações globais às políticas tarifárias: O impacto das tarifas não se limita aos dois protagonistas. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou as medidas de Trump contra o Brasil, classificando-as como “não apenas equivocadas, mas ilógicas”. Já empresas britânicas começam a rever os benefícios do acordo de tarifa de 10% com os EUA, que pode não ser tão vantajoso quanto parecia.

Política monetária sob pressão: Nos EUA, o presidente Trump voltou a pressionar o Federal Reserve por um “grande corte” na taxa de juros, embora o mercado espere uma redução de apenas 0,25 ponto percentual na reunião de quarta-feira. A Casa Branca também intensificou sua ofensiva contra a governadora Lisa Cook, acusada de fraude hipotecária, e tenta substituí-la por Stephen Miran, cuja confirmação será votada hoje no Senado.

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