A decisão da agência S&P Global Ratings de manter a classificação de crédito dos Estados Unidos em” AA+/A-1+ com perspectiva estável” reacendeu o debate sobre o papel das tarifas como instrumento fiscal.
Segundo a agência, a arrecadação “significativa” de impostos tem sido suficiente para compensar os efeitos fiscais negativos da legislação de política interna promovida pelos republicanos — um indicativo de que o governo federal está, cada vez mais, dependente das tarifas como fonte de receita.
O que está por trás da nota estável?
- A S&P reconhece que, apesar das pressões fiscais, os EUA mantêm uma base sólida de arrecadação.
- As tarifas, especialmente sobre importações, têm gerado receitas relevantes que sustentam o equilíbrio fiscal.
- A agência pondera que essa compensação fiscal é suficiente para manter a confiança na capacidade de pagamento do país.
A estabilidade tem um custo?
A manutenção da nota não significa ausência de riscos. O uso intensivo de tarifas como ferramenta fiscal pode ter efeitos colaterais importantes:
- Impacto sobre consumidores: tarifas elevam o custo de produtos importados, pressionando a inflação e o poder de compra.
- Prejuízo às empresas: cadeias produtivas que dependem de insumos externos enfrentam aumento de custos e perda de competitividade.
- Tensões comerciais: a política tarifária pode gerar retaliações e comprometer acordos internacionais.
O que isso revela sobre a estratégia fiscal dos EUA?
A análise da S&P sugere que o governo norte-americano está disposto a sacrificar parte da eficiência econômica em nome da arrecadação. Embora isso garanta, por ora, a manutenção da nota de crédito, especialistas alertam que a dependência excessiva de tarifas pode se tornar insustentável no médio prazo — especialmente se os efeitos negativos sobre o consumo e a produção se intensificarem.
Análise GZM
A decisão da S&P é um sinal de confiança, mas também um alerta. A estabilidade da nota de crédito dos EUA está sendo sustentada por uma estratégia fiscal que, embora eficaz no curto prazo, pode comprometer a saúde econômica no futuro. O equilíbrio entre arrecadação e crescimento será o verdadeiro teste da política econômica americana nos próximos anos.