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Exportações de sucata ferrosa têm alta de 77,5% em setembro e provocam alerta no setor 

Queda na demanda interna e nos preços leva empresas a buscar alternativas para garantir sobrevivência; PEC da Reciclagem já tem 185 assinaturas

As exportações de sucata ferrosa apresentaram alta em setembro e atingiram 99.700 toneladas, aumento de 77,5% em comparação a 56.164 toneladas do mesmo mês de 2024. De janeiro a setembro de 2025, as vendas externas somam 673 mil toneladas, crescimento de 20,6% em relação ao mesmo período de 2024, com 558 mil toneladas, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.

As empresas recicladoras exportam apenas volumes excedentes não consumidos internamente. Atualmente, há baixo interesse na aquisição de sucata ferrosa por parte das usinas siderúrgicas no Brasil, em razão, principalmente, da importação de aço da China e da política de tributação imposta pelo governo dos EUA nas exportações, segundo o Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras que praticam a economia circular, reinserindo materiais reciclados no ciclo da transformação.

Para Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa, com o mercado interno retraído e queda de preços da sucata ferrosa, a alternativa tem sido as exportações de volumes excedentes, como forma de manter a subsistência das empresas do setor e estímular a coleta pelos catadores e adequada destinação do insumo pelos recicladores. “O setor está muito preocupado com esse aumento das vendas externas e a fraca demanda no mercado interno. Se continuar nesse ritmo, as exportações no ano podem ultrapassar o volume do ano de 2023, quando as vendas externas atingiram 800 mil toneladas”, prevê Alvarenga.

Conforme levantamento da primeira semana de outubro feito pela S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities, não se vislumbra mudança nesse quadro. “O mercado brasileiro de sucata ferrosa registrou queda de preços acompanhando os anúncios das principais usinas domésticas”. Persiste a fraqueza dos negócios na siderurgia e o aumento da pressão por cortes de custos nas usinas, segundo a S&P Global Platts.

PEC da Reciclagem

Após a entrega formal ao governo do Manifesto a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reciclagem, de autoria do deputado federal Arnaldo Jardim, a expectativa do Inesfa é de que a PEC seja analisada em 2026, antes das eleições. A PEC obteve 185 assinaturas dos deputados, número acima do necessário para ser avaliada, e foi apresentada sob o nº 34/2025, para análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão Especial da Casa Legislativa.

A PEC da Reciclagem propõe alteração na Constituição Federal para corrigir distorções ocasionadas pela Reforma Tributária e assegurar aos insumos reciclados tributação inferior a incidente sobre matérias-primas virgens extraídas da natureza. Conforme Alvarenga, se aprovada, “a PEC trará importante alívio ao ciclo da reciclagem, essencial para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), desenvolvimento da economia circular e preservação do meio ambiente”.

Durante a Eco Expo, um dos maiores eventos voltados a gestão de resíduos e saneamento, a ser realizado no Expo Center Norte, em SP, de 21 a 23 de outubro, o Inesfa promoverá diálogos em painéis com especialistas de assuntos relacionados ao meio ambiente, reciclagem e economia circular, para abordar relevantes pautas com ênfase, na prática da sustentabilidade.

Além da PEC, o Projeto de Lei 1.800/2021, do deputado federal Domingos Sávio, que traz apensada a proposta do deputado federal Vinicius de Carvalho, está em tramitação no Senado Federal.

Informações fornecidas pela assessoria

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