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IA entre a euforia e a cautela 

Enquanto startups privadas de inteligência artificial batem recordes de avaliação, o mercado público começa a mostrar sinais de nervosismo. O setor vive um momento de teste de realidade

O mercado de inteligência artificial vive um paradoxo curioso: enquanto startups privadas como OpenAI e Databricks atraem bilhões em investimentos e atingem avaliações astronômicas, o mercado público começa a pisar no freio. A oscilação entre entusiasmo e cautela está se tornando mais visível — e pode indicar que o pêndulo da IA está voltando a um ponto de equilíbrio.

A OpenAI, por exemplo, está em negociações para permitir que funcionários atuais e antigos vendam cerca de US$ 6 bilhões em ações, com uma avaliação que gira em torno de US$ 500 bilhões — quase o dobro da capitalização de mercado da Salesforce. Já a Databricks, especializada em análise de dados com IA, captou recursos com uma avaliação superior a US$ 100 bilhões, um salto considerável em relação aos US$ 62 bilhões registrados há menos de um ano.

Mas nem tudo são algoritmos e arco-íris. No mercado público, o clima é outro. As ações de empresas ligadas à IA sofreram quedas significativas, derrubando os índices S&P 500 e Nasdaq Composite. A Palantir caiu 9%, a Oracle 5,8%, a AMD 5,4%, a Arm 5% e até a gigante Nvidia recuou 3,5%. A SoftBank, que vem apostando bilhões no setor, viu suas ações despencarem mais de 7%.

O motivo? A dúvida crescente sobre o retorno real da IA generativa. Um estudo do MIT, citado pelo Financial Times, revelou que 95% dos programas piloto de IA generativa não tiveram impacto significativo nos lucros das empresas. Embora o principal autor do estudo tenha dito à Fortune que o problema pode estar na execução — e não nas ferramentas —, o alerta já acendeu luzes amarelas em Wall Street.

Sam Altman, CEO da OpenAI, também reconheceu o excesso de otimismo. Em um jantar recente com a imprensa, ele comentou: “Minha opinião é que estamos em uma fase em que os investidores como um todo estão superanimados com a IA.”

O próximo capítulo dessa história será escrito na semana que vem, quando a Nvidia divulgará seus resultados trimestrais. O desempenho da empresa pode servir como termômetro para o sentimento dos investidores e indicar se o boom da IA ainda tem combustível — ou se está prestes a passar por uma reavaliação mais realista.

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