Em um cenário empresarial cada vez mais complexo, a adoção de modelos de gestão inovadores tem se tornado um diferencial competitivo. A governança compartilhada — também chamada de gestão colegiada — é uma dessas alternativas, que propõe decisões estratégicas tomadas em conjunto por lideranças, com foco em transparência, equilíbrio e visão integrada. Embora ainda pouco difundida no mercado jurídico brasileiro, esse modelo começa a ganhar espaço entre escritórios que buscam crescimento sustentável e maior alinhamento interno.
O IW Melcheds Advogados é um exemplo dessa tendência. Após a fusão entre Inglez Werneck e Melcheds, ocorrida há um ano, o escritório encerra seu primeiro ciclo com crescimento consistente e a consolidação da gestão colegiada como pilar de sua atuação. Hoje, com mais de 300 clientes — a maioria multinacionais — e uma equipe de 70 advogados, a banca aposta em governança compartilhada, atração de talentos e especialização técnica para expandir sua presença no mercado corporativo.
“Temos uma estrutura que combina visão estratégica, decisões conjuntas e foco em resultados. Isso nos permite crescer com equilíbrio e previsibilidade”, afirma Ricardo Inglez de Souza, co-managing partner.
O escritório registrou crescimento de 15% na carteira de clientes corporativos e reforçou áreas estratégicas como tributário consultivo, aduaneiro, ESG, infraestrutura, mercado de capitais e regulação de novas tecnologias. “Nosso foco é oferecer soluções jurídicas com visão de negócio, acompanhando de perto as transformações regulatórias e tecnológicas que impactam nossos clientes”, complementa Roberto Rached, também co-managing partner.
A gestão colegiada tem se mostrado eficaz na integração de equipes, na definição de metas e na construção de uma cultura organizacional voltada à inovação. “O colegiado garante transparência e alinhamento, valores essenciais para sustentar o crescimento e atrair talentos”, reforça Inglez.
Entre os planos para os próximos anos estão a expansão internacional, o fortalecimento em novas áreas e o investimento contínuo em tecnologia e desenvolvimento de soluções jurídicas alinhadas às transformações do mundo corporativo.
E para saber mais sobre o momento da empresa e do novo modelo, a GZM conversou com Ricardo Inglez de Souza e Roberto Rached, co-managing partners do IW Melcheds Advogados. Confira:
GZM: Quais foram os principais fatores que levaram à escolha do modelo de gestão colegiada após a fusão?
R: A adoção do modelo colegiado foi uma decisão natural diante da união de duas estruturas maduras, com lideranças complementares e visão semelhante de longo prazo. Acreditamos que decisões compartilhadas geram mais consistência, equilíbrio e alinhamento estratégico. O colegiado também reflete a própria cultura do escritório — colaborativa, horizontal e voltada à sustentabilidade do crescimento.
GZM: Como foi o processo de implementação da governança compartilhada e quais foram os primeiros desafios enfrentados?
R: O processo começou ainda durante a fusão, com a definição clara de papéis, comitês temáticos e fluxos de decisão. Um dos principais desafios foi integrar culturas e métodos de gestão distintos, garantindo que todos se sentissem parte de uma mesma estrutura. A transparência e o diálogo constante foram fundamentais para consolidar essa transição e fortalecer a confiança entre as equipes.
GZM: Que impactos práticos já foram observados na operação e nos resultados do escritório sob esse novo modelo?
R: O modelo trouxe ganhos de eficiência e previsibilidade. Hoje temos decisões mais embasadas, planejamento de longo prazo e maior sinergia entre as áreas. Isso se refletiu em crescimento de 15% na carteira de clientes corporativos, ampliação da equipe e fortalecimento em áreas estratégicas como tributário consultivo, aduaneiro, ESG e infraestrutura. Além disso, a gestão colegiada aprimorou o ambiente interno, com maior engajamento e senso de pertencimento.
GZM: De que forma a gestão colegiada contribui para a atração e retenção de talentos em um mercado competitivo?
R: O modelo cria um ambiente em que o protagonismo é compartilhado e as pessoas são ouvidas. Isso atrai profissionais que buscam crescimento com propósito, autonomia e reconhecimento. A liderança participativa estimula a inovação, a troca de conhecimento e a formação de novas lideranças — pilares fundamentais para manter talentos engajados em um mercado tão competitivo quanto o jurídico.
GZM: Quais são os próximos passos para consolidar esse modelo e expandir a atuação internacional do escritório?
R: Os próximos passos envolvem aprofundar a governança colegiada, investir continuamente em tecnologia e formação de lideranças internas, e ampliar parcerias internacionais em mercados estratégicos. Nosso foco é sustentar o crescimento com excelência técnica, inovação e visão global — sempre com base em um modelo de gestão que privilegia a transparência, o diálogo e o alinhamento de longo prazo.
