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Liderança feminina impulsiona crescimento da IAM Brasil em cibersegurança

Natalian Silva, Micaella Ribeiro e Nathália Carmo, sócias da IAM Brasil. Trio confirma protagonismo feminino para quebrar barreiras no setor de tecnologia.
Empresa projeta faturamento de R$5 milhões em 2025, com expansão internacional e foco em educação corporativa

Em um setor historicamente dominado por homens, a IAM Brasil desafia estatísticas globais e se consolida como uma potência em cibersegurança sob comando feminino. Fundada em 2021 pelas especialistas Natalian Silva e Micaella Ribeiro e, mais recentemente, contando com a chegada de Nathália Carmo, a empresa projeta um crescimento de 56,25% no faturamento para 2025, alcançando R$5 milhões — frente aos R$3,2 milhões registrados em 2024.

O avanço é sustentado por uma estratégia que une consultoria, desenvolvimento de software, capacitação técnica e serviços especializados em Gestão de Identidades e Acessos (IAM, na sigla em inglês). 

Com atuação crescente em mercados como Estados Unidos, México, Argentina, Rússia e Países Baixos, a IAM Brasil também mira a Baixada Santista como novo polo estratégico, especialmente pela relevância do Porto de Santos no comércio internacional.

“Criar a cultura da cibersegurança como pilar nas companhias portuárias é essencial para a segurança dos negócios e da infraestrutura nacional”, afirma Natalian Silva.


Crescimento exponencial e modelo agnóstico

Desde sua fundação, a IAM Brasil viu sua base de clientes ativos saltar de 3 para 40 em apenas quatro anos — um crescimento de 1.233%. Entre os principais clientes estão TIM, Embraer, Magalu, Cielo, Totvs, Ypê, Banco Fibra e Unicred. A empresa atua com um modelo agnóstico, não vinculado a fornecedores específicos de software, o que garante flexibilidade e independência na construção de soluções. “A estratégia de identidade vem antes da ferramenta. A tecnologia é meio, não fim”, destaca Nathália Carmo.

A metodologia da IAM Brasil, segundo informações das sócias, é estruturada em quatro fases: fundação, estruturação técnica, inteligência operacional e evolução contínua. A abordagem visa eficiência, escalabilidade e conformidade regulatória, alinhada a frameworks como ISO 27001, NIST e CIS Controls.


Educação como diferencial competitivo

Além da atuação corporativa, a IAM Brasil informou que investe na formação de profissionais por meio do Centro de Educação Continuada (CEC) IAM Academy — o único da América Latina focado exclusivamente em Gestão de Identidades e Acessos. Com mais de 14 mil pessoas impactadas, segundo dados da própria instituição, o centro oferece cursos online, de extensão universitária e programas personalizados para empresas como Porto, Localiza, Tramontina e Pirelli.

“Nosso objetivo é democratizar o ensino de IAM e preparar profissionais para que tenham vantagem competitiva”, afirma Micaella Ribeiro.


Mulheres na liderança: uma exceção que inspira

Segundo dados da plataforma LinkedIn, apenas 22,3% das mulheres no setor de tecnologia ocupam cargos de liderança, e há uma queda de 39% na presença feminina entre os níveis iniciais e os cargos executivos. A IAM Brasil, pelo que se vê em seus dados, contraria essa tendência, sendo liderada por três mulheres, todas com sólida experiência em Segurança da Informação.

A empresa conta hoje com 48 colaboradores no Brasil e 10 profissionais atuando internacionalmente. E em um cenário de crescente regulação e exposição cibernética, a IAM Brasil fez sua aposta: na identidade lógica como eixo central da transformação digital e da governança corporativa.

Para saber mais detalhes das estratégias da empresa e da visão da liderança, a GZM conversou com Natalian Silva, especialista em Segurança da Informação e co-fundadora na IAM Brasil. Confira:


GZM: Como vocês enxergam o papel da liderança feminina na transformação do setor de cibersegurança?

Natalian: As mulheres têm o mesmo nível de conhecimento técnico que os homens e ainda agregam a capacidade de unir profundidade técnica com visão estratégica. Isso significa não apenas dominar conceitos complexos de cibersegurança, mas também traduzi-los em mensagens claras e conectadas aos objetivos de negócio. 

Esse papel de ponte entre o universo técnico e a tomada de decisão executiva é fundamental para que a segurança seja percebida não como um custo, mas como um investimento estratégico. A liderança feminina, portanto, amplia a capacidade do setor de gerar impacto real no crescimento e na sustentabilidade das organizações.

GZM: Quais são os principais desafios técnicos e culturais enfrentados ao implementar estratégias de IAM em grandes organizações?

Natalian: A complexidade técnica hoje não se limita apenas à quantidade de sistemas, mas à diversidade de identidades que precisam ser gerenciadas: funcionários, terceiros, prestadores de serviço, desenvolvedores, equipes de call center, estagiários e, mais recentemente, até agentes de inteligência artificial, que se tornaram mais uma variável nesse ecossistema. Esse cenário, somado ao aumento expressivo do volume e da variedade de ataques, exige controles muito mais robustos e adaptáveis.

No campo cultural, a barreira ainda é a resistência à mudança e a falta de percepção sobre a relevância do tema. Muitos veem a gestão de identidades apenas como um processo burocrático, quando na prática ela é um instrumento que garante tanto segurança quanto eficiência operacional, possibilitando que as pessoas certas tenham acesso ao que precisam, no tempo certo e de forma segura.

GZM: Como o modelo agnóstico da IAM Brasil contribui para a escalabilidade e independência dos clientes?

Natalian: Nosso modelo agnóstico significa que não estamos vinculados a uma única tecnologia ou fornecedor. Isso nos permite recomendar a melhor solução de acordo com a necessidade, maturidade e orçamento de cada cliente. 

Esse posicionamento é estratégico porque evita a dependência de uma só plataforma e oferece flexibilidade para evoluir de forma escalável. Além disso, possibilita que as empresas mantenham sua independência tecnológica, adaptando-se rapidamente a novas demandas de mercado e regulações, sem ficarem presas a contratos ou limitações de um único fabricante.

GZM: De que forma a IAM Academy tem impactado a formação de profissionais e a democratização do conhecimento em Segurança da Informação?

Natalian: A IAM Academy nasceu com o propósito de preparar profissionais para um dos campos mais críticos e carentes de mão de obra qualificada: a gestão de identidades e acessos. Criamos cursos, certificações e conteúdos acessíveis que unem teoria e prática, aproximando jovens talentos e profissionais em transição de carreira desse mercado.

Temos também uma preocupação especial com a barreira do idioma. A maior parte dos conteúdos disponíveis está em inglês, muitas vezes desconectada da realidade cultural e dos desafios enfrentados no Brasil. Aqui lidamos com um cenário único de fraudes e golpes, marcados por uma criatividade e complexidade criminosa que não se encontram em outros países. 

Por isso, o CEC IAM Academy foi pensado para compartilhar conhecimento em português, apesar de ser um centro de educação global, valorizando e potencializando os talentos que temos no país. Nosso objetivo é tornar a gestão de acessos uma carreira atraente e acessível para mais profissionais, fortalecendo o ecossistema de segurança na região.

GZM: Quais são os próximos passos da IAM Brasil para consolidar sua presença internacional e ampliar sua atuação no Brasil?

Natalian: Nosso próximo passo é consolidar a presença internacional sem perder aquilo que nos diferencia: a independência tecnológica, a flexibilidade de atuação e a capacidade de adaptar soluções ao contexto local. Enquanto muitos players globais oferecem modelos engessados, a IAM Brasil trabalha de forma agnóstica, desenhando estratégias que combinam inovação em identidade digital, automação e inteligência artificial com a realidade regulatória e cultural de cada cliente. 

Estamos ainda estruturando parcerias estratégicas para expandir nossa atuação na América Latina e em mercados maduros, levando o diferencial da experiência brasileira — marcada pela complexidade e criatividade em lidar com fraudes e golpes — como uma vantagem competitiva.

Nossa visão é clara: ser referência global em gestão de identidades, unindo excelência técnica, inovação em IA e profundo entendimento dos desafios humanos e culturais que cercam a segurança.

No Brasil, seguimos investindo no fortalecimento do ecossistema de segurança, apoiando empresas na adoção de práticas de IAM modernas e escaláveis, mas também formando profissionais por meio da CEC IAM Academy, o que garante a sustentabilidade do setor no longo prazo.

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