Carregando...

Mercado em alta: otimismo resiliente ou exuberância perigosa?

Enquanto os índices S&P 500 e Nasdaq Composite acumulam ganhos, especialistas divergem sobre a sustentabilidade da alta — entre o otimismo com a inteligência artificial e os alertas de uma possível bolha no mercado de tecnologia

Apesar de um cenário global marcado por tensões comerciais, inflação persistente e sinais de desaceleração econômica, os investidores continuam apostando alto. Os índices S&P 500 e Nasdaq Composite registraram mais uma sequência de ganhos semanais — quatro nas últimas cinco semanas — desafiando os ventos contrários da economia.

Alta sustentável ou bolha à vista?

A valorização recente dos mercados, especialmente impulsionada por gigantes da tecnologia, levanta dúvidas entre analistas. A relação preço/valor patrimonial do S&P 500 ultrapassou níveis vistos pela última vez em março de 2000, pouco antes do estouro da bolha das pontocom. O alerta foi feito por Michael Hartnett, estrategista do Bank of America, em nota divulgada na sexta-feira.

A expectativa é que Jay Powell, presidente do Federal Reserve, traga novos sinais sobre a política monetária na reunião anual de banqueiros centrais em Jackson Hole, Wyoming, esta semana. O discurso pode influenciar diretamente os rumos do mercado.

O lado sombrio da euforia

O entusiasmo com a inteligência artificial tem sido um dos principais motores da alta. Mas será que os preços refletem fundamentos sólidos? Torsten Slok, economista-chefe da Apollo Global Management, acredita que não. “A IA terá um impacto profundo na produtividade, mas isso não justifica os níveis atuais de precificação das empresas de tecnologia”, afirmou em nota aos investidores.

Entre os exemplos mais extremos, Slok destaca a Tesla, com ações negociadas a quase 200 vezes o lucro, e a Nvidia, com múltiplos em torno de 60 — ambos considerados excessivos em termos históricos. Sam Altman, CEO da OpenAI, compartilha preocupações semelhantes.

Um horizonte menos tempestuoso?

Apesar dos riscos, Hartnett não acredita que o mercado esteja fadado a repetir o colapso de 2000. Segundo ele, os investidores estão mais cautelosos e têm buscado ativos de refúgio, o que pode amortecer eventuais quedas.

Além disso, os resultados corporativos do trimestre surpreenderam positivamente. Mesmo diante da guerra comercial promovida pelo presidente Trump, muitas empresas superaram as expectativas de lucro. O The Wall Street Journal observou que os líderes empresariais também evitaram mencionar temores de recessão em suas projeções.

Compartilhe nas redes:

Boletim por E-mail

GZM NEWS

Cadastre seu e-mail e receba nossos informativos e promoções.

publicidade

Recentes da GZM

Mais sessões