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Negócio de bacalhau no Brasil não é nada salgado

Com tradição portuguesa e sabor apurado, produto conquista o paladar brasileiro e mostra que, mesmo sem cabeça, como dizem, esse negócio tem muito a ensinar

Dizem por aí que ninguém nunca viu uma cabeça de bacalhau. Mas se depender de empresas fornecedoras como a Caxamar, o resto do peixe está mais presente do que nunca — e com qualidade digna de chef estrelado. 

Com 36 anos de tradição e raízes fincadas na cidade portuguesa de Caxarias, a marca que nasceu nas feiras e mercados locais agora tem presença em mais de 2 mil estabelecimentos brasileiros, entre empórios, restaurantes e redes varejistas.

Desde 2021, a Caxamar vem expandindo sua operação no Brasil, segundo maior consumidor de bacalhau do mundo (só perde para Portugal, claro). Em 2024, foram cerca de 700 toneladas importadas para atender à demanda nacional. 

E não é qualquer peixe: o bacalhau da empresa, segundo ela mesma, é 100% selvagem, pescado nas águas frias da Noruega, Islândia e Alasca, e passa por um processo de cura tradicional portuguesa — com repouso de até 12 meses e secagem cuidadosa. 

A linha “Seleção do Chef” exige no mínimo seis meses de cura, enquanto a “Gourmet” exige um ano. Tudo isso para garantir aquele sabor que faz qualquer bolinho virar protagonista.

Agora, aproveitando o forte canal de distribuição de seu produto principal, a empresa incluiu camarões brasileiros em seu portfólio, produzidos nas maiores fazendas do Ceará e Rio Grande do Norte, com selo SIF e controle de qualidade. 

O foco é B2B, com fornecimento para peixarias e restaurantes, mas o plano é claro: ampliar a venda direta ao consumidor final e conquistar ainda mais espaço nas prateleiras dos mercados e empórios.

Com cerca de 50 produtos no catálogo, a empresa informou que vai apostar na difusão do conhecimento sobre o bacalhau — desde o ponto do sal até as formas de preparo — para que o consumidor brasileiro saiba exatamente o que exigir. 

E se a cabeça do bacalhau continua um mistério, o sucesso da marca no Brasil  bem fácil de ver: está no prato, no paladar e no crescimento constante de um setor que, definitivamente, não tem nada de salgado.

E para saber mais detalhes desse apetitosa mercado no Brasil, a GZM conversou com Abner Almeida, co-fundador e CEO da Caxamar Brasil. Confira:


GZM: ⁠Como foi a transição da venda de bacalhau nas feiras portuguesas para a conquista de mais de 2 mil estabelecimentos no Brasil?

Abner Almeida: O nosso know how de 36 anos no mercado português nos guiou desde o início dessa jornada, porém a diversidade cultural referente à dimensão do país e necessidade de adaptação ao mercado brasileiro nos levaram a um caminho praticamente novo. 

Uma dessas mudanças foi o maior investimento no canal Food, em que a exigência pela qualidade do bacalhau é maior e onde pudemos trocar experiências com os mais renomados chefs brasileiros, apresentando nosso produto, mostrando o porquê e como conquistamos o mercado português, os tornando fiel a nossa marca.


GZM: ⁠Quais foram os maiores desafios em adaptar a cura tradicional portuguesa ao gosto e às exigências do consumidor brasileiro?

Abner Almeida: Como em Portugal, no Brasil há regiões que gostam do bacalhau com menos sal e outras com um ponto a mais de sal. Diversos clientes nos exigem muito na questão da cura e do sal estar no ponto adequado ao paladar brasileiro. Hoje em dia, conseguimos atingir um ponto de excelência, em que os consumidores notam a diferença imediatamente quando o bacalhau não é Caxamar. 

Além disso, também ajustamos a logística, entregando produtos no prazo, sem rupturas e com qualidade garantida de norte a sul do Brasil. Isso faz com que os nossos clientes, por consequência, aumentem suas vendas em bacalhau.


GZM: O Brasil é o segundo maior consumidor de bacalhau do mundo. O que torna o paladar brasileiro tão apaixonado por essa iguaria?

Abner Almeida: No Brasil, temos muitos descendentes de portugueses, existe essa herança gastronômica e de paladar. 

Os imigrantes trouxeram o nosso querido bacalhau, que se tornou um símbolo e uma tradição nas casas brasileiras principalmente em datas comemorativas, como Páscoa e nas festas de final de ano. Sempre tem uma avó ou mãe com uma receita especial de bacalhau para essas datas.


GZM: ⁠A entrada do camarão no portfólio mostra uma aposta no mercado nacional. Como vocês equilibram a tradição portuguesa com a inovação brasileira?

Abner Almeida: Acreditamos muito na sinergia entre o bacalhau e camarão, já que a grande maioria dos nossos clientes quando iam comprar o nosso bacalhau buscavam por esse crustáceo.

Fizemos uma enorme pesquisa junto aos criadores nacionais, exigindo o mesmo nível de controle de qualidade e rastreabilidade do início da produção até a chegada em nossos CDs. Firmamos, então, uma parceria com um dos maiores criadores de camarão do Nordeste, garantindo o padrão de excelência da Caxamar.


Iguaria no prato e bom negócio para o bolso, a base do setor de bacalhau no Brasil

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