Três anos após sua estreia de alto impacto na bolsa de Frankfurt, a Porsche deixará de integrar o DAX — índice que reúne as 40 maiores empresas da Alemanha — a partir de 22 de setembro. A montadora será transferida para o MDAX, voltado a companhias de médio porte, em meio a um cenário de queda nas vendas, retração nas ações e pressão de tarifas comerciais.
A empresa perdeu cerca de um terço do valor de mercado nos últimos 12 meses, afetada pela redução da demanda na China e pelo aumento de custos com exportações para os Estados Unidos, seu principal mercado. As tarifas de 15% sobre veículos europeus elevaram os custos operacionais, enquanto concorrentes locais ganham espaço no mercado asiático.
A Porsche já revisou suas projeções financeiras três vezes este ano e passa por um processo de reestruturação. A expectativa é que a recuperação leve de dois a três anos, com foco em novos modelos híbridos e ajustes na produção. A liderança da empresa também está sob escrutínio, especialmente pela acumulação de cargos entre Porsche e Volkswagen.
Apesar dos desafios, analistas apontam que a marca mantém valor e prestígio, e que há potencial para retomada — embora o caminho exija cautela e adaptação às novas dinâmicas do mercado global.