A Grupo Lamosa Brasil, fabricante de revestimentos cerâmicos com as marcas Roca Cerámica e Incepa, que desde 2021 faz parte do grupo Lamosa, com sede no México, divulgou seu Relatório de Sustentabilidade de 2024, consolidando um histórico de seis edições do documento que começou a ser publicado em 2020 com dados de 2019.
O material reforça o compromisso da empresa com a inovação e as práticas ESG, destacando avanços ambientais e sociais alcançados no último ano.
Um dos principais destaques do relatório é o avanço na gestão de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). A empresa, que já monitorava os Escopos 1 e 2, expandiu seu inventário em 2024 para incluir categorias do Escopo 3, que englobam as emissões indiretas da cadeia de valor.
Com a metodologia do GHG Protocol, a Roca Brasil Cerámica conseguiu uma redução de 7,9% na intensidade de carbono (emissões de GEE por metro quadrado de porcelanato produzido).
A empresa também obteve uma economia de energia que evitou a emissão de mais de 660 toneladas de CO2e, o equivalente a mais de 3.000 viagens de carro de ida e volta entre São Paulo e Rio de Janeiro.
No pilar de energia, a empresa segue com a transição de sua matriz energética. A substituição do coque de petróleo por biomassa, que começou em 2021, é um dos principais fatores para a redução de impactos ambientais.
Em 2024, a biomassa representou 28% do calor necessário para o processo produtivo, e a participação de fontes renováveis na matriz energética da empresa aumentou 5,7 pontos percentuais entre 2023 e 2024.
A empresa também reduziu em 7% a sua intensidade energética, que é a quantidade de energia consumida por metro quadrado de porcelanato.
A gestão de resíduos é outra área de destaque. Em 2024, 99% dos resíduos gerados nas unidades de Campo Largo e São Mateus do Sul foram encaminhados para destinações nobres, como reciclagem e reuso, evitando a disposição final.
A Roca Brasil Cerámica também ampliou o reaproveitamento interno, incluindo o pó de retífica e lodo gerado no tratamento de efluentes, além de quebras queimadas na unidade de Campo Largo.
Além disso, a empresa mantém um Plano de Logística Reversa (PLR) e uma parceria para a compostagem de resíduos orgânicos, que em 2024 coletou e transformou 38,64 toneladas de resíduos.
Em gestão social, a empresa também apresentou resultados notáveis. O número de colaboradores que tiraram licença maternidade ou paternidade reduziu em 42% entre 2023 e 2024, mas todos os que se afastaram retornaram às suas atividades, mantendo um índice de 100% de retorno.
O total de horas de treinamento para colaboradores superou 31 mil horas em 2024, um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior, e a média de horas de capacitação por colaborador cresceu 6,2%. A empresa implementou um novo critério para contabilizar as horas de treinamento por gênero, o que permitirá uma visão mais detalhada sobre a equidade na capacitação.
Análise dos Resultados
A análise do Relatório de Sustentabilidade de 2024 da Roca Brasil Cerámica demonstra um avanço notável na maturidade da empresa em sua jornada ESG. A inclusão do Escopo 3 no inventário de GEE é um passo crucial para uma gestão climática mais completa e alinhada com as melhores práticas globais, oferecendo maior transparência e precisão nos dados.
A redução da intensidade energética e a ampliação da participação da biomassa na matriz de energia revelam que a empresa está não apenas focada em sustentabilidade, mas também em eficiência operacional, um ponto de grande interesse para o mercado.
A gestão de resíduos, com o alto índice de reaproveitamento e o projeto de compostagem de orgânicos, mostra uma abordagem da economia circular que vai além da conformidade legal.
No aspecto social, os dados sobre capacitação e o compromisso com o retorno de 100% dos colaboradores após licenças de parentalidade são indicadores positivos de uma cultura organizacional que valoriza as pessoas. A nova métrica para contabilizar horas de treinamento por gênero também sinaliza um compromisso com a equidade.
O relatório, em suma, reflete uma empresa que está buscando constante evolução. A capacidade de identificar pontos críticos, como o impacto do coque de petróleo, e transformá-los em oportunidades de melhoria sustentável demonstra uma gestão estratégica e de visão de futuro.