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Selic segue a 15%

Quatro especialista opinam sobre a Selic anunciada pelo Copom

Para Marcos Vinícius Oliveira, economista e analista sênior da ZIIN Investimentos:

O Copom manteve a Selic em 15% ao ano, mostrando que o momento ainda pede bastante . Um detalhe importante é que, no comunicado anterior, eles já falavam que o cenário internacional era “adverso”, mas agora usaram “mais adverso” – ou seja, estão ainda mais preocupados com o que está acontecendo lá fora, principalmente agora, depois que o tarifaço entrou em cena.

Essa mudança no tom mostra que o Banco Central está enxergando o ambiente externo ficando mais complicado, com muita incerteza em relação às decisões dos EUA e o impacto disso tudo nos mercados. Por isso, preferiram segurar os juros lá em cima, tentando evitar que a inflação fuja ainda mais do controle e que as expectativas fiquem desancoradas. Em resumo, o recado é de cautela e vigilância redobrada.

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos:

A decisão do Copom veio conforme o esperado: manter a taxa Selic em 15% ao ano. O comunicado também sinalizou que a manutenção é uma decisão provável para a próxima reunião e deixou em aberto a possibilidade de alta, a depender dos desdobramentos do cenário econômico. Ou seja, sem grandes novidades nos principais pontos da decisão, que foi unânime e em linha com o consenso do mercado.

O Comitê mencionou a questão das tarifas, reconhecendo o impacto recente dessas medidas. O mercado interpreta esse fator como potencialmente deflacionário, mas o comunicado não trata diretamente dessa interpretação. O que se afirma é que o cenário ainda segue marcado por expectativas de inflação elevadas. Em outras palavras, o Copom acompanha a discussão, mas avalia que esse possível impacto ainda não se traduziu em uma revisão efetiva para baixo nas expectativas de inflação.

Na prática, essa abordagem parece uma das melhores saídas para um tema que é, no mínimo, polêmico, especialmente considerando que, ainda hoje, houve novos desdobramentos sobre o assunto. Não há muito a acrescentar neste momento. A manutenção da Selic em 15% é o cenário mais provável para boa parte deste ano, com alguma chance de corte de 0,5 ponto percentual no final de 2025. Caso isso não ocorra ainda este ano, a expectativa se desloca para o início de 2026.

Para Vitor Cabral Cesar, head de renda fixa da Acqua Vero:
Foi uma decisão já amplamente precificada, tanto no Brasil quanto no exterior. A ata do Copom, por sua vez, deve seguir o tom da última, sem grandes surpresas ou mudanças de sinal.

Para Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos:
Após sete elevações consecutivas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão, amplamente esperada pelo mercado, marca uma pausa no ciclo de alta iniciado em setembro de 2024. No comunicado oficial, o Copom destacou que, apesar da desaceleração da inflação, os núcleos inflacionários continuam pressionados.

O cenário externo também permanece incerto, principalmente em razão das tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros. O comitê reforçou que a política monetária seguirá em território contracionista por um período prolongado, com o objetivo de assegurar a convergência da inflação para a meta de 3%. A decisão sinaliza uma postura de cautela e vigilância, mantendo aberta a possibilidade de novos ajustes, caso se mostrem necessários. Em tom firme, o Copom afirmou: “Não hesitaremos em retomar o ciclo de ajuste”, deixando um claro recado ao governo e ao mercado sobre o comprometimento da autoridade monetária com o cumprimento da meta de inflação.

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