O setor de viagens corporativas no Brasil caminha para alcançar um marco histórico em 2025. Segundo projeção da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), o faturamento anual deve atingir R$ 14,3 bilhões — o maior já registrado. O desempenho é impulsionado principalmente pelos resultados expressivos do segundo semestre, com destaque para o mês de setembro e o terceiro trimestre.
Em setembro, o setor movimentou R$ 1,287 bilhão, um crescimento de 9,17% em relação ao mesmo mês de 2024, que havia registrado R$ 1,179 bilhão. Já o terceiro trimestre totalizou R$ 3,731 bilhões, superando em 6,72% o faturamento de julho a setembro de 2024 (R$ 3,496 bilhões). Os números também são superiores aos de 2023 (R$ 3,616 bilhões) e muito acima dos de 2019, antes da pandemia, quando o setor faturou R$ 2,992 bilhões no mesmo período.
No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o setor já soma R$ 10,305 bilhões, 0,4% acima do mesmo intervalo de 2024. Com uma expectativa de crescimento médio de 10% ao mês nos últimos três meses do ano, a meta de R$ 14,3 bilhões parece cada vez mais próxima. Para efeito de comparação, o setor faturou R$ 13,581 bilhões em 2023 e R$ 13,505 bilhões em 2024. Em 2019, o total foi de R$ 11,389 bilhões.
Entre os segmentos que mais contribuíram para esse desempenho estão os Serviços Aéreos, responsáveis por quase 60% do faturamento total. Mesmo com o aumento no preço das passagens, o setor aéreo faturou R$ 2,168 bilhões no terceiro trimestre, 4,6% acima do mesmo período de 2024 (R$ 2,072 bilhões). As rotas mais procuradas pelos viajantes corporativos foram Nova York, México e Miami, com Buenos Aires também figurando entre os dez principais destinos.
O segmento de hospedagem também apresentou crescimento expressivo. Os hotéis, que representam cerca de 30% do faturamento das viagens corporativas, arrecadaram R$ 1,154 bilhão no terceiro trimestre, um aumento de 9,85% em relação ao mesmo período de 2024 (R$ 1,050 bilhão).
Douglas Fernandes e Camargo, diretor executivo da Abracorp, avalia que os resultados refletem a capacidade do setor de se adaptar aos desafios do mercado internacional. “Esses destinos e os resultados do setor demonstram que soubemos responder aos desafios impostos pelo mercado internacional e os caminhos eleitos pelos nossos clientes”, afirma.
Com a retomada econômica, a consolidação de novos modelos de trabalho híbrido e a valorização das conexões presenciais para negócios, as viagens corporativas voltam a ocupar papel estratégico nas empresas — e o setor se prepara para encerrar 2025 com um desempenho histórico.