O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta segunda-feira (6), um telefonema do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar das tarifas impostas pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros de aço, alumínio e derivados. A conversa, segundo comunicado oficial do Palácio do Planalto, foi cordial e direta, com Lula solicitando a retirada do chamado “tarifaço” e defendendo a retomada de negociações comerciais entre os dois países.
As tarifas, que podem chegar a até 50%, têm afetado diretamente a indústria brasileira, especialmente os exportadores de aço processado, que em 2024 destinaram cerca de 14,5% de sua produção ao mercado americano. A medida gerou forte reação do setor produtivo e levou o governo brasileiro a buscar canais diplomáticos para reverter a decisão.
Reabertura das negociações
Durante o telefonema, Trump teria sinalizado abertura para discutir o tema com sua equipe econômica, o que levou à reativação de canais técnicos entre os dois governos. A expectativa é que representantes dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e das Relações Exteriores se reúnam com autoridades norte-americanas nas próximas semanas.
Segundo fontes do governo, o Brasil pretende apresentar dados sobre o impacto das tarifas na competitividade da indústria nacional, além de propor alternativas que preservem os interesses comerciais de ambos os países.
Impacto no setor e resposta diplomática
A imposição das tarifas foi considerada abrupta por representantes da indústria brasileira, que apontam riscos à geração de empregos, à balança comercial e à estabilidade de contratos internacionais. A reabertura das negociações é vista como um passo importante para restaurar o diálogo e buscar soluções equilibradas.
O governo brasileiro também reforçou seu compromisso com práticas comerciais justas e sustentáveis, destacando que o país tem adotado medidas de conformidade ambiental e transparência regulatória que o tornam um parceiro confiável no cenário global.
Lula defende cooperação
Durante a ligação, Lula enfatizou a importância da cooperação entre Brasil e Estados Unidos, especialmente em um momento de desafios econômicos e geopolíticos. “O mundo precisa de pontes, não de barreiras”, teria dito o presidente, segundo interlocutores próximos.
A retomada das negociações comerciais ocorre em meio a uma agenda internacional intensa, com o Brasil buscando ampliar sua presença em fóruns multilaterais e fortalecer parcerias estratégicas com países da América do Norte, Europa e Ásia.
